Cravo-da-índia.
A droga vegetal consiste da hidrodestilação de óleos voláteis dos botões florais secos de Syzygium aromaticum (L.) Merr. & L.M.Perry.
Esta planta é explorada principalmente para produção dos botões florais que são usados para extração industrial do óleo de cravo. Suas folhas, frutos e outras partes da planta são também aproveitadas como matéria-prima para a mesma finalidade; os botões florais (cravos), depois de secos e parcialmente privados do óleo, são usados como especiaria para dar sabor e odor especiais aos alimentos, doces e medicamentos. Informações etnobotânicas referem seu uso na forma de chá como carminativo nos casos de acúmulo de gases no aparelho digestivo e, também, como estimulante das ações digestivas.
Cita-se como componentes fixos, a presença de mucilagem, ceras, gomas, resinas, flavonóides, triterpenóides livres e glicosilados, do ácido gálico e da eugeniina, um tanino elágico com atividade antiviral contra herpes simples.
Os estudos fitoquímicos do cravo registram como principal componente a presença de até 90% de óleo essencial, composto quase que totalmente de eugenol acompanhado por cerca de 60 componentes em pequena concentração (4). O eugenol e o próprio óleo de cravo são também muito usados em odontologia para o tratamento e obturação de dentes, por seu efeito antisséptico e analgésico-odontológico, observados
no local da aplicação. Resultados de ensaios farmacológicos mostraram que, além desta atividade, o cravo e alguns de seus componentes têm atividade antioxidante, antiagregante plaquetária ou seja, protetora contra trombose, bem como significativa atividade antimicrobiana contra fungos e bactérias, demonstrada experimentalmente, inclusive contra Clostridium botulinum e Trichomonas vaginalis, in vitro.
É contraindicado o uso interno durante a gravidez, lactação, para crianças menores de seis anos, pacientes com gastrite, úlceras gastroduodenais, síndrome do cólon irritável, colite ulcerosa, doença de Crohn, hepatopatias, epilepsia, síndrome de Parkinson ou outras enfermidades neurológicas. É contraindicado o uso tópico sobre as zonas de pele alterada, nem para pessoas com alergias respiratórias ou hipersensibilidade por óleo essencial.
1. ANVISA. Farmacopeia brasileira 6a edição – Volume II – Monografias, Plantas Medicinais. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/6a-edicao-volume-2>. Acesso em: 23 ago. 2022.
2. ANVISA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-fitoterapico/2022-fffb2-versao-13-mai-2022.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2022.
3. SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GRACE G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. Farmacognosia: Da planta ao medicamento. Florianópolis-SC: Editora UFRGS, 2019.